Adoção tardia é o termo utilizado para indicar a adoção de crianças que já possuem um desenvolvimento parcial em relação a sua autonomia e interação com o mundo. Não há uma idade mínima formal para designar a adoção tardia: em geral refere-se a crianças maiores de 3 anos. São as crianças adotadas na fase de desenvolvimento em que já conseguem se comunicar sozinhas, já sabem andar, não usam mais fraldas, ou seja, não são mais consideradas bebês.

Muitos especialistas não gostam desse termo e preferem falar de adoção de crianças maiores ou adoções necessárias, pois justificam (e com razão) de que nunca é tarde para adotar. Utilizamos o termo aqui, como forma didática de apresentar as principais características e as fases comuns nas crianças que chegam em suas novas famílias quando são um pouco maiores.

Uma adoção, como qualquer relacionamento humano, exige atenção e dedicação nos períodos de ajustamento e adaptação. Na adoção tardia estes ajustes são evidentes, tanto por parte dos adotantes quanto dos adotados. É necessário lembrar que o adotante é o adulto da relação e deverá fornecer o suporte para a criança sentir-se amada e acolhida, sobretudo nestas fases iniciais.

Existem muitas dúvidas e mitos quando se fala em adoção tardia. Por parte dos adotantes, em geral, há a insegurança em relação ao desconhecimento da história pregressa da criança, tanto do ponto de vista emocional quanto do ponto de vista físico – fatos recentes e fatores hereditários.

Por parte das crianças, existe a insegurança da mudança associada ao medo de um novo abandono. A realidade da vida no abrigo institucional, ainda que não seja a situação mais adequada, além de muitas vezes o ambiente ser restrito e árido, pode ser o local mais seguro e estável que aquela criança já teve oportunidade de conhecer.